quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Apple e a maçã de Newton

O primeiro logotipo da Apple, desenvolvido por Jobs em conjunto com Wayne em 1976, levava a imagem de Isaac Newton debaixo de uma macieira.
Em 1977, o designer Rob Janoff, diretor de arte da agencia de publicidadea de Regis McKenna, desenvolveu o projeto do logo somente com a maçã com as cores do arco-íris, no qual utilizou apenas o elemento principal do logo original, a maçã, e a redesenhou com um visual muito mais moderno. “Para obter inspiração, a primeira coisa que fiz foi ir a um supermercado, comprar um saco de maçãs e cortá-las. Eu ficava olhando para as fatias por horas”, disse Janoff. Para que a maçã não se parecesse com uma cereja, ele teria feito um corte no canto direito da fruta, na escala de uma mordida. A ideia da mordida valeu a pena pelo fato de demonstrar que a maçã deveria ser experimentada pelos seus usuários (referência à história bíblica de Adão e Eva na qual a maçã representa o fruto da Árvore do Conhecimento). Em inglês, "mordida" é bite, que obviamente lembra byte. As cores do arco-íris remetem aos estudos de Newton com os prismas e que a interface gráfica di Apple II já suportava cores. O nome Apple, com a tipografia serifada clássica, era utilizado como complemento para determinados meios, não sendo obrigatório, portanto.
Em 1999, a Apple tirou o arco-ris da maça e passou a utilizar um logotipo monocromático. Branco para os manuais e adesivos e cinza para os impressos. Em 2004, passou a ser utilizado o logo metalizado, mas o logotipo oficial continua sendo a maça-mordida branca sobre fundo preto.

Nike e o Swoosh

Nike foi fundada por Phil Knight nos anos 60, então chamada de "Blue Ribbon Sports". Em 1971, foi escolhido o nome Nike, deusa da Vitória na mitologia grega. Diziam os gregos que a Deusa podia voar e correr em grandes velocidades. O logotipo Swoosh foi originalmente desenvolvido por uma designer gráfica estagiária, Carolyn Davidson, por míseros US$ 35, em 1971. Ela foi uma das 35 pessoas que criaram alternativas para o logotipo. Knight concordou com o conceito de Davidson, mas não do resultado gráfico: "eu não o amo, mas ele vai crescer comigo". O logotipo Nike sofreu grandes alterações no decorrer dos tempos. Eliminou-se o nome da marca e o Swoosh se tornou sinônimo de ambição e vitória.

Fedex e a seta

O logotipo original Federal Express corporativo foi criado por Richard Runyan em 1973. O novo logotipo da FedEx, foi criado em 1994 por Lindon Leader, Senior Director de Design, Landor Associates - San Francisco, é um dos ícones mais reconhecidos, devido à presença da empresa em todo o mundo. No mesmo ano, foi classificada pela revista Rolling Stone como um dos 8 melhores logotipos dos últimos trinta e cinco anos.
A FedEx é uma abreviatura do nome original: Federal Express. Graficamente é claro e simples, porém há um detalhe localizado no espaço entre as letras "E" e "X": uma seta para a direita. A seta foi considerada, por poucos, uma forma de publicidade subliminar, mas o conceito é que simboliza o movimento para frente.

McDonald's verde

Em 2009, O McDonald’s decidiu ficar mais ‘verde’ na Europa. Em busca de uma imagem "ambientalmente amigável", a rede começa uma nova ação de mudanòa de cor da fachada e do logo – de vermelho para verde – de cerca de 100 lanchonetes alemãs até o fim do ano. Algumas franquias na França e na Grã-Bretanha também já começaram a adotar a mudança.
Considerada por ambientalistas ‘inimigo do ambiente’, o McDonald’s quer reverter a imagem negativa com outras atitudes sustentáveis, como a conversão do óleo usado nos restaurantes em biodiesel.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Os arcos dourados do McDonald's

McDonald's é a maior e mais conhecida cadeia de restaurantes fast-food do mundo. Com mais de 23.000 restaurantes em mais de 100 países.
O logotipo "Golden Arches" foi criado por Jim Schindler, em 1962. Os arcos eram estruturas arquitetônicas utilizadas nas laterais dos restaurantes, uma de cada lado. Ele fundiu os dois arcos dourados para formar o famoso 'M'. A idéia era que quem possuísse uma franquia McDonald's teria uma mina de ouro. Um outro conceito elaborado é que os arcos dourados simbolizam uma proteçao, um lugar para se esconder e quebrar regras. Um mundo McDonald's.
Os arcos dourados do McDonald's são um dos ícones mais fortes e reconhecidos do nosso tempo, visto como um símbolo do capitalismo e da globalização.

Google Doodles

Constantemente, o logotipo Google se transforma em ilustrações dos mais variados temas, como homenagens à personalidades, como Michael Jackson, Galileo e Leonardo Di Vinci; feriados, como 4 de julho, Natal, Dia das Mães; grandes eventos, como a queda do muro de Berlim, os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo. Estes são chamados Google Doodles. As ilustrações são atualmente concebidas por Dennis Hwang, que criou mais de 150 doodles desde 2000.

Adidas - As três listras

Na década de 1980 (talvez ainda hoje), nas escolas, o modelo de uniforme de educação-física era um conjunto azul escuro Adidas (casaco + calças) com as tradicionais três listras brancas. Quando todos os alunos se apresentavam para a aula, se via uma uniformidade cromática invejável, mas de perto as diferenças eram evidentes. Modelos com tons de azul diferentes, listras muito finas ou muito grossas, pouco ou muito espaçadas e, às vezes, com duas listras somente conviviam com o modelo original Adidas que mantinha sempre o mesmo padrão de cores, listras e, principalmente, o logotipo "Trefoil".
Adi Dassler, fundador da Adidas, sabia da importância de um nome fácil de lembrar e um logo que pudesse ser reconhecido imediatamente. Em 1948 nasceram o nome 'adidas' (Adi + Das) e as três listras, criadas inicialmente para dar mais estabilidade a sola dos primeiros calçados.
No final da década de 1960 e início da década de 1970, problemas crescentes com falsificações fizeram com que Adi Dassler decidisse desenvolver um novo logotipo. O "Trefoil" (três folhas, em francês), adotado como logotipo em 1972, representa o espírito olímpico vinculado às três placas continentais. Em 1996, foi decidido que o "Trefoil" só seria utilizado em produtos da linha retrô "Originals" (Stan Smith, Rod Laver, A-15 Warm-Up e Classic T-Shirt).
As três listras paralelas podem ser vistas no logotipo, assim como, no vestuário e calçados, tornando-se a característica gráfica da empresa e sinônimo de Adidas. Em janeiro de 1996, a marca "Three-Stripe" tornou-se o logotipo oficial.

Google e as letras coloridas

Em 1996, Sergey Brin e Larry Page, os co-fundadores do Google, estavam à procura de um logotipo para o lançamento de um novo motor de busca. Através de um amigo em comum, pediram a Ruth Kedar, designer gráfica e professora assistente da Universidade de Stanford, alguns estudos para o logotipo. "Eu não tinha idéia no momento em que o Google iria tornar-se tão onipresente como é hoje ou que seu sucesso seria de tal magnitude", diz Kedar. "Ficou muito claro desde o início que queriam algo que fosse além de um logo tradicional", diz Kedar. Já na primeira versão, Kedar inseriu cores primárias e bidimensionalidade às letras "O". Utilizando uma lupa, Kedar acrescenta um sorriso para representar uma experiência de pesquisa positiva. Brin cria uma versão com letras coloridas e um ponto de exclamação no final, imitando o Yahoo!. Utilizando a fonte Leawood com sombreamento, Kedar deu dimensionalidade ao logotipo. Sabendo que o fundo seria "clean" e na maior parte branca, iniciaram a definir quantas e quais cores seriam usadas. A idéia era: "Será que podemos criar um logo lúdico sem objetos identificáveis que nos limitem?" Eliminando a lupa e utilizando a fonte Catull, Kedar queria mostrar que o Google seria muito mais que um motor de busca. Na versão final, foram utilizadas as cores primárias, mas em vez de seguir o padrão de repetição, foi usada uma cor secundária sobre a letra "L", que trouxe de volta a idéia de que o Google não segue regras.

Logotipo, logomarca ou marca?

"Logomarca? Qual seria o sentido dessa genuína invenção brasileira? Logomarca quer dizer absolutamente nada."

No Brasil, de uns anos para cá, o termo logomarca passou a galvanizar o universo da identidade visual e muitos dos envolvidos em sua dinâmica. Nesses meios, logomarca passou a ser sinônimo de símbolo e de logotipo, designações que as primeiras gerações de designers aprenderam a usar e que ainda vale para qualquer país em que a atividade tenha atuação significativa.
Na verdade, logomarca é uma dessas criações tipicamente brasileiras que, assim como a compulsão para inventar nomes próprios, por exemplo, definiriam o brasileiro como um indivíduo imaginoso, pouco afeito à convenções. No entanto, convertamos a capacidade de inventar, por si só, não encerra mérito nenhum. Não se vai para o paraíso só porque se é inventivo. Mesmo porque, ao que tudo indica, o diabo sempre se mostrou extremamente engenhoso.
Mas, voltando à mania nacional de inventar nomes próprios, há quem veja nela inquestionável tendência poética ou mesmo propensão á rebeldia. Provavelmente não se trata nem de uma coisa nem de outra. Não somos um povo de índole guerreira. À parte algumas exceções sangrentas, impostas pela classe dominante Àqueles em que se habituou mandar, a nossa tem sido uma história de contemporizações. Quanto à veia poética, não parece que no Brasil ela seja mais vigorosa do que em qualquer outro país, só porque inventamos os desfiles de escola de samba. Dar ao filho o nome de Guiomar, do pai Otacílio e da mãe Maria; Augari, do pai Ariosto e da mãe Augusta; Auny do pai Nyvaldo e da mãe Áurea ou ainda destiná-lo a carregar pela vida afora achados engenhosos, como Odalina, anilado ao contrário, soa mais como manifestação de gosto duvidoso. Ou talvez traduza a necessidade de individualização, através do prenome, num país onde os sobrenomes de origem portuguesa são escassos e, porta nto, pouco distintivos. Seja como for, o uso intensivo que vem se fazendo da palavra logomarca parece se inserir nesse contexto de compulsão criativa a qualquer preço.

Logomarca, um erro
O design é uma profissão nova e por isso padrões ainda não existem ou estão sendo produzidos e difundidos. Não temos padrão para quase nada, desde salário até saber o que é e o que deixa de ser a profissão. Entre esses padrões que ainda não existem, está o padrão terminológico. Em profissões antigas os termos estão bem claros e não há dúvidas sobre eles, mas no nosso caso, sempre temos que estudar um termo novo para verificar se a utilização dele é correta ou não.
Muito utilizado principalmente por publicitários e marketeiros, este termo tem se difundido também entre os profissionais do design para se referir ao logotipo. Muita gente diz que está errado, outros dizem que está correto, alguns defendem o neologismo, outros afirmam que é uma aberração, mas só a pesquisa nos trará luz à questão.
Justamente por causa dessa falta de paradigmas alguns profissionais e professores utilizam e difundem termos que não são os melhores para determinados objetos. Um deles e talvez o mais polêmico seja o logotipo.
Vira e mexe temos a mesma discussão sobre esse termo, por isso eu penso que seja muito importante sermos bastante sérios a este respeito, para o bem e o crescimento dessa profissão. Então vamos analisar alguns termos e sua raiz etimológica para ver se estão corretos ou são só vícios de linguagem.

Logomarca como neologismo
Neologismo é a criação de um nome novo para alguma coisa, ou um novo significado para um nome velho. Para que a "logomarca" seja um neologismo, temos que admitir que é um termo novo ou que é um termo antigo que está sendo tomado por um novo significado. Sim, admito que "logomarca" é um termo novo, mas isso não significa que seja correto empregá-lo como sinônimo de logotipo. Qualquer palavra pode ser um termo novo para algum objeto, desde que o povo a utilize para este mesmo objeto ou sentido. Mas isso não significa que esteja correto. A menos que seja uma forma conotativa da palavra, o que não é o caso da logomarca, desde que este termo é utilizado para um único tipo de objeto e significado. Então, não podemos aceitar o termo logomarca simplesmente por ser um neologismo.

Sentido etimológico do termo
O termo logomarca é formado pela união de "Logo" e "Marca".
Logo, vem do grego Lógos. Significa palavra, uma narração ou pronunciamento, verbo, conceito, idéia. Mas não palavra como esta é falada ou escrita, mas o significado dela, ou seja, o conceito. Reforço ainda o conceito de Logos, dizendo que o termo "palavra" puro e simples no grego é Lexi. Marca, vem do germânico Marka. Quando traduzimos do germânico, ou mesmo do português ou inglês para o latim temos o termo Signum, que traduz-se claramente para significado. E mesmo no português, e no uso moderno da palavra, marca significa tudo aquilo que uma empresa representa. Sendo assim, logomarca é um termo redundante: significado do significado. Assim vemos porque não podemos utilizar este termo para falar sobre um Logotipo.

Logotipo, um possível padrão
Nunca vi absolutamente ninguém dizer que este termo está errado. Mas mesmo assim, vamos analisá-lo para ter certeza disso. Esta palavra é formada pela união dos termos "Logo" e "Tipo". "Logo", como já foi explicado, significa o conceito, idéia ou significado de uma palavra.
Tipo, do grego týpos. Em inglês traduzimos para type, que para o português significa tipo, gênero; figura; sinal, símbolo; modelo, amostra, maquete. É aí que mora o perigo: é muito mais difícil estudar qualquer assunto em português do que em inglês porque temos muitos significados para uma mesma palavra. Tipo neste caso significa um sinal ou símbolo, uma figura, um desenho. Exemplo: as vogais como "a", são tipos (símbolos gráficos) dos sons que emitimos.
Para este mesmo termo, temos ainda dois outros correspondentes em grego. Se você procurar um bom léxico inglês-grego, e procurar o termo logotype (tudo junto, não um depois o outro) você vai ver que symplegma e logotypos têm o mesmo significado já explicado acima. Aliás, poderíamos mesmo adotar como um neologismo o termo "symplegma". Imagina só o seu diretor de arte dizendo: "hum, esta symplegma não está como o cliente pediu"!
Sendo assim logotipo é: o símbolo visível de um conceito. Este termo é perfeito para o que ele significa, pois é justamente o que fazemos. Temos uma empresa cliente que nos dá um conceito (logo) a trabalhar, e nós somos incumbidos a fazer um símbolo gráfico (tipo) para este conceito. Este tipo pode ser somente um desenho, sem nenhuma letra para se ler, ou somente as letras do nome da empresa, mas desenhadas de forma que mostrem o conceito. Ou pode ser um desenho e o nome da empresa, juntos, mostrando o símbolo gráfico de um conceito ou logotipo.

Sinal gráfico, uma alternativa coerente
Alguns mestres de programação visual e outros profissionais estão trazendo este novo termo, este sim um bom neologismo, para o meio. Sinal, do latim Signum, significa tudo que faz lembrar ou representar alguma coisa, ou seja, um significado ou conceito.
Gráfico, do grego Grafikos, significa alguma coisa colorida, pintada, desenhada, uma representação visual de algo. Seria um sinônimo de typos, porém com uma conotação de cor, colorido e menos de um símbolo gráfico, ainda que tendo sim este significado. Sendo assim, sinal gráfico significa também: o símbolo visível de um conceito.

Identidade visual, muito bom se usado corretamente
Este é outro termo utilizado por alguns designers, tem um significado bem claro e objetivo. Identidade é o conjunto de peculiaridades de uma pessoa, coisa ou empresa. Visual, o que se pode ver. O problema desse termo é que ele não enfoca o conceito, a idéia, a palavra. Mas significa, no ramo do design, as peculiaridades gráficas de uma empresa. Essas individualidades visuais são muito mais abrangentes que somente o logotipo, pois abrangem o site, os cartões de visita, os carros, uniformes, enfim, todo aparato visual de uma empresa. O termo correto, sempre!
Como já disse, somos já membros de um corpo de profissionais que sofrem bastante com a confusão que a sociedade ainda faz conosco, por ser o design uma profissão nova. O mínimo que podemos fazer é ser coerentes ao falar de um dos mais importantes ramos de atividade do design que é a logotipia.

Ana Luiza Escorel - Em "O Efeito Multiplicador do Design" - Editora Senac

Sobrelogos

Quando uma empresa deseja comunicar aos seus clientes seus produtos, serviços e, principalmente, seus benefícios são utilizados diversos canais de relacionamento, como websites, folders, anúncios, embalagens, papelaria, fachadas e, entre outras coisas, o logotipo. O logotipo é o primeiro passo para a criação de uma marca. E marca é aquilo que marca. Simples, não? É a sensação que temos quando usamos um produto, quando nos recebem em um ponto-de-venda, quando ligamos para o sac da empresa ou quando vemos uma publicidade. Enfim, um sistema integrado, representado por um logo, que promete soluções desejadas pelas pessoas e que administrado com competência pode fazer parte de suas vidas.
Certamente o logotipo é o projeto mais difícil para um designer. Criar uma imagem original com fontes e/ou símbolos que represente graficamente e sinteticamente características e/ou mensagens que será reproduzida em espaços de dimensões variadas e assimilada em pouquíssimo tempo não é uma tarefa fácil.